O agronegócio é o vilão?

A partir de 2014, com o agravamento da crise hídrica, surgiram muitas críticas ao agronegócio nacional. Por Eduardo Cesar Silva, doutorando em istração pela Ufla, tecnólogo em cafeicultura pelo IF Sul de Minas e coordenador do Bureau de Inteligência Competitiva do Café.

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Por Eduardo Cesar Silva, doutorando em istração pela Ufla, tecnólogo em cafeicultura pelo IF Sul de Minas e coordenador do Bureau de Inteligência Competitiva do Café

A partir de 2014, com o agravamento da crise hídrica, surgiram muitas críticas ao agronegócio nacional. A utilização de água na irrigação seria a grande responsável pelo desabastecimento do país e, além disso, a maior parte dos alimentos produzidos pelo agronegócio teriam como destino o mercado externo, ou seja, nossa preciosa água não estaria sendo utilizada para alimentar o povo brasileiro.

Os dois argumentos são falsos, como demonstrarei, mas foram amplamente divulgados no Facebook. As páginas do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e do presidente nacional do PSTU, Zé Maria, estão entre as muitas que repercutiram a culpa do agronegócio na falta de água e sua prioridade pelas exportações. As publicações nas duas páginas tiveram milhares de compartilhamentos (veja aqui e aqui).

A utilização de água na agricultura e na pecuária é realmente elevada, mas na opinião dos técnicos da Agência Nacional de Águas (ANA), essa não é causa do problema. Em fevereiro de 2015 a Agência publicou o “Atlas Brasil: abastecimento urbano de água: panorama nacional”, cujo objetivo é apontar “alternativas técnicas e investimentos necessários para garantir a oferta de água para a população em um horizonte de mais longo prazo”[1]. No documento, as palavras “agricultura” e “agronegócio” não são citadas. As soluções apontadas para garantir o abastecimento de água em todo o país concentram-se no aumento da capacidade produtora, captação em novos mananciais superficiais, integração de sistemas produtores de água e otimização operacional. Nem uma única linha sobre reduzir a irrigação.

A própria ANA reconhece que áreas irrigadas são mais produtivas, apresentam maior rentabilidade e estão menos vulneráveis às oscilações do clima. O potencial da irrigação é tamanho que o governo tem interesse na ampliação dessas áreas no país, já que existem 5,5 milhões de ha irrigados atualmente, mas o potencial estimado pela Agência é de 30 milhões de ha [2].

Quanto a acusação de que o agronegócio brasileiro é majoritariamente exportador, vamos analisar o que as estatísticas dizem. Para esta análise serão consideradas as culturas de lavoura temporária que ocupam a maior parte da área irrigada do país. De acordo com o Censo Agropecuário de 2006, realizado pelo IBGE, cana, arroz, soja, milho e feijão são as principais culturas irrigadas do Brasil.

A partir da cana a agroindústria produz açúcar e etanol. Com relação ao açúcar, realmente a maior parte se destina ao mercado externo. De tudo que foi produzido na safra 2014/2015, 68% foi exportado. Por outro lado, de todo o etanol produzido no mesmo período, apenas 5% foi para o mercado externo [3].
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A segunda maior área irrigada pertence ao arroz. Trata-se de um alimento com grande necessidade de água para ser produzido e um dos principais itens da dieta dos brasileiros, que consomem o grão em grandes quantidades. Ao longo de 2015 o país exportou apenas 7,8% [4] do que foi colhido em 2015 [5].

Na sequência aparece a soja. Aqui a divisão entre mercado interno e externo é bastante equilibrada: 55,3% dos grãos e 49,8% do farelo produzidos em 2015 foram vendidos no mercado externo [6]. Na cadeia do milho, 2015 foi um ano de recorde nas exportações, mas mesmo assim elas equivaleram a 33,7% da produção [7][8].

Por fim temos o feijão, outro item essencial na alimentação dos brasileiros. O Brasil produziu 3,1 milhões de toneladas no último ano, mas não exportou nada [9].

Somadas as exportações apenas dos grãos (arroz, soja, milho e feijão) em 2015, elas representam 42,5% de tudo o que foi produzido. Ou seja, o agronegócio realmente exporta muito, mas a população brasileira consome ainda mais.

E a produção de carne? Os dados de 2013 mostram que o Brasil exportou 28,1% da carne de frango, 16,8% da carne bovina[10] e 15,1% da carne suína[11] produzidas. De toda a carne comercializada no período, apenas 22,2% foi exportada. Definitivamente, não é fácil alimentar um país tão grande quanto o nosso.

Por fim, é importante entender que a exportação de alimentos, seja ela maior ou menor do que o volume consumido pelo próprio país, não é ruim. Antes de tudo, ela indica que os produtores brasileiros são competentes o bastante para alimentar uma população de 200 milhões de habitantes e ainda ajudam a alimentar pessoas do mundo todo. Nem todos os países possuem terra ou tecnologia para atender a sua própria demanda interna por alimentos, por isso aqueles que são capazes de gerar excedentes são importantíssimos para garantir a segurança alimentar mundial.

REFERÊNCIAS

[1] AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUA – ANA. Atlas Brasil: abastecimento urbano de água: panorama nacional. Disponível em < http://atlas.ana.gov.br/Atlas/forms/.aspx >. o em 08 jan. 2016.

[2] PORTAL BRASIL. Agricultura irrigada impulsiona ganhos de produtividade nas cinco regiões do País. Disponível em < http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2013/04/agricultura-irrigada-impulsiona-ganhos-de-produtividade-nas-cinco-regioes-do-pais >. o em 08 jan. 2016.

[3] UNIÃO DA INDÚSTRIA DE CANA-DE-AÇÚCAR – ÚNICA. Unicadata. Disponível em < http://www.unicadata.com.br/>. o em 08 já. 2016.

[4] ALICEWEB. Consultas: Exportação. Disponível em < http://aliceweb.mdic.gov.br >. o em 08 jan. 2016.

[5] INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Levantamento Sistemático de Produção Agrícola. Disponível em < http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa/lspa_201511_5.shtm>. o em 08 fev. 2016.

[6] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRAS DAS INDÚSTRIAS DE ÓLEOS VEGETAIS – ABIOVE. Estatística. Disponível em < http://www.abiove.org.br/site/index.php?page=estatistica&area=NC0yLTE=>. o em 08 fev. 2016.

[7] ALICEWEB. Consultas: Exportação. Disponível em < http://aliceweb.mdic.gov.br >. o em 08 jan. 2016.

[8] INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Levantamento Sistemático de Produção Agrícola. Disponível em < http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa/lspa_201511_5.shtm>. o em 08 fev. 2016.

[9] Idem.

[10] COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO – CONAB. Perspectivas para as carnes bovina, de frango e suína 2013-2014.Disponível em < http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/s/arquivos/13_09_12_17_43_13_09_carnes.pdf >. o em 08 jan. 2016.

[11] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PROTEÍNA ANIMAL – ABPA. Estatísticas. Disponível em
< http://www.abipecs.org.br/pt/estatisticas.html >. o em 08 jan. 2016.


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Eduardo Cesar Silva

Eduardo Cesar Silva

Coordenador do Bureau de Inteligência Competitiva do Café. Doutorando em istração pela Universidade Federal de Lavras e mestre em istração pela mesma instituição. É tecnólogo em cafeicultura pelo IF Sul de Minas - Campus Muzambinho.

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Eduardo Cesar Silva
EDUARDO CESAR SILVA

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 18/01/2016

Caros Adelber e Luiz Penido,



Excelentes considerações e informações.



Abraços!
Adelber Vilhena Braga
ADELBER VILHENA BRAGA

CAMPESTRE - MINAS GERAIS

EM 12/01/2016

Bom dia caro Luiz Penido!

        E minha monografia defendida em 2013, intitulada "A Importância Social da Cafeicultura nas Regiões de Montanha de Minas Gerais", tenho algumas informações a respeito do setor cafeeiro.

        Em 2011, o café era produzido em 1768 municípios de 17 estados brasileiros, empregando direta e indiretamente 8,4 milhões de pessoas, 4,4% da população nacional (BRAGA, 2013 apud RONCA, 2012).

        Ainda segundo os mesmos autores, em 2006 havia aproximadamente 340.000 produtores de café, sendo que desse total cerca de 81% eram produtores familiares, responsáveis por 38% da produção brasileira.

        Sabe-se que muitos produtores tem mais de uma propriedade, e cerca de dois a três dependentes.               

        Sabe-se também que no mundo, a cadeia produtiva do café só perde para a do petróleo em número de empregos gerados. Daí a importância social do café para o mundo e especialmente para o Brasil.
Luiz Penido
LUIZ PENIDO

CAPITÓLIO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 12/01/2016

Muito pertinente o artigo e do mesmo teor o comentário. O agronegócio é o único ramo da indústria brasileira que obteve crescimento nos últimos anos. Os incentivos do governo são pequenos, porém é a única área na qual a corrupção ainda não foi instituída. Os governantes não ajudam mas também não atrapalham. Sugiro acrescentar aos dados informados os números de produção da agricultura familiar, inclusive contemplando a cultura do café. Com este paralelo ficará realçada a real importância do agronegócio.

Sobre a devolução ao sistema da água usada na irrigação, saliento que ela é devolvida limpa, tanto por evaporação, por escoamento ou infiltração para o lençol freático. Em oposição, a água destinada ao consumo humano e à indústria é devolvida à natureza poluída. Poucas cidades possuem ETE - Estações de Tratamento de Esgoto eficazes.
Adelber Vilhena Braga
ADELBER VILHENA BRAGA

CAMPESTRE - MINAS GERAIS

EM 11/01/2016

Enquanto negarmos nossa vocação agrícola, esse será um país sem futuro. Algumas pessoas desinformadas ou irresponsáveis se esquecem que o setor agropecuário é o único que consegue crescer e gerar empregos nesse contexto de crise e recessão em que vivemos. O agronegócio brasileiro alimenta nosso povo, exporta excedentes, movimenta direta e indiretamente os setores comerciais, industriais e de serviços. Não vivemos dias de bonança, mas, sem o agronegócio o Brasil seria um país medíocre. Quanto à irrigação, é uma tecnologia que existe há milhares de anos, e se torna cada vez mais importante devido ao incremento na produtividade e segurança que proporciona. Os leigos são alheios ao fato de que a irrigação devolve ao sistema quase que a totalidade da água usada. A falta de água se deve ao fato de que a nossa legislação dificulta imensamente a construção de barramentos, e a chuva que cai no interior do nosso país escoa rapidamente para países vizinhos ou para o oceano, causando assoreamento dos rios e inundação das regiões baixas. Se soubermos aproveitar melhor nossos recursos hídricos como fazem os países desenvolvidos certamente poderemos alavancar o agronegócio e fomentar o crescimento do nosso país sem prejuízo à população.

O agronegócio é o vilão?

A partir de 2014, com o agravamento da crise hídrica, surgiram muitas críticas ao agronegócio nacional. Por Eduardo Cesar Silva, doutorando em istração pela Ufla, tecnólogo em cafeicultura pelo IF Sul de Minas e coordenador do Bureau de Inteligência Competitiva do Café.

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Por Eduardo Cesar Silva, doutorando em istração pela Ufla, tecnólogo em cafeicultura pelo IF Sul de Minas e coordenador do Bureau de Inteligência Competitiva do Café

A partir de 2014, com o agravamento da crise hídrica, surgiram muitas críticas ao agronegócio nacional. A utilização de água na irrigação seria a grande responsável pelo desabastecimento do país e, além disso, a maior parte dos alimentos produzidos pelo agronegócio teriam como destino o mercado externo, ou seja, nossa preciosa água não estaria sendo utilizada para alimentar o povo brasileiro.

Os dois argumentos são falsos, como demonstrarei, mas foram amplamente divulgados no Facebook. As páginas do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e do presidente nacional do PSTU, Zé Maria, estão entre as muitas que repercutiram a culpa do agronegócio na falta de água e sua prioridade pelas exportações. As publicações nas duas páginas tiveram milhares de compartilhamentos (veja aqui e aqui).

A utilização de água na agricultura e na pecuária é realmente elevada, mas na opinião dos técnicos da Agência Nacional de Águas (ANA), essa não é causa do problema. Em fevereiro de 2015 a Agência publicou o “Atlas Brasil: abastecimento urbano de água: panorama nacional”, cujo objetivo é apontar “alternativas técnicas e investimentos necessários para garantir a oferta de água para a população em um horizonte de mais longo prazo”[1]. No documento, as palavras “agricultura” e “agronegócio” não são citadas. As soluções apontadas para garantir o abastecimento de água em todo o país concentram-se no aumento da capacidade produtora, captação em novos mananciais superficiais, integração de sistemas produtores de água e otimização operacional. Nem uma única linha sobre reduzir a irrigação.

A própria ANA reconhece que áreas irrigadas são mais produtivas, apresentam maior rentabilidade e estão menos vulneráveis às oscilações do clima. O potencial da irrigação é tamanho que o governo tem interesse na ampliação dessas áreas no país, já que existem 5,5 milhões de ha irrigados atualmente, mas o potencial estimado pela Agência é de 30 milhões de ha [2].

Quanto a acusação de que o agronegócio brasileiro é majoritariamente exportador, vamos analisar o que as estatísticas dizem. Para esta análise serão consideradas as culturas de lavoura temporária que ocupam a maior parte da área irrigada do país. De acordo com o Censo Agropecuário de 2006, realizado pelo IBGE, cana, arroz, soja, milho e feijão são as principais culturas irrigadas do Brasil.

A partir da cana a agroindústria produz açúcar e etanol. Com relação ao açúcar, realmente a maior parte se destina ao mercado externo. De tudo que foi produzido na safra 2014/2015, 68% foi exportado. Por outro lado, de todo o etanol produzido no mesmo período, apenas 5% foi para o mercado externo [3].
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A segunda maior área irrigada pertence ao arroz. Trata-se de um alimento com grande necessidade de água para ser produzido e um dos principais itens da dieta dos brasileiros, que consomem o grão em grandes quantidades. Ao longo de 2015 o país exportou apenas 7,8% [4] do que foi colhido em 2015 [5].

Na sequência aparece a soja. Aqui a divisão entre mercado interno e externo é bastante equilibrada: 55,3% dos grãos e 49,8% do farelo produzidos em 2015 foram vendidos no mercado externo [6]. Na cadeia do milho, 2015 foi um ano de recorde nas exportações, mas mesmo assim elas equivaleram a 33,7% da produção [7][8].

Por fim temos o feijão, outro item essencial na alimentação dos brasileiros. O Brasil produziu 3,1 milhões de toneladas no último ano, mas não exportou nada [9].

Somadas as exportações apenas dos grãos (arroz, soja, milho e feijão) em 2015, elas representam 42,5% de tudo o que foi produzido. Ou seja, o agronegócio realmente exporta muito, mas a população brasileira consome ainda mais.

E a produção de carne? Os dados de 2013 mostram que o Brasil exportou 28,1% da carne de frango, 16,8% da carne bovina[10] e 15,1% da carne suína[11] produzidas. De toda a carne comercializada no período, apenas 22,2% foi exportada. Definitivamente, não é fácil alimentar um país tão grande quanto o nosso.

Por fim, é importante entender que a exportação de alimentos, seja ela maior ou menor do que o volume consumido pelo próprio país, não é ruim. Antes de tudo, ela indica que os produtores brasileiros são competentes o bastante para alimentar uma população de 200 milhões de habitantes e ainda ajudam a alimentar pessoas do mundo todo. Nem todos os países possuem terra ou tecnologia para atender a sua própria demanda interna por alimentos, por isso aqueles que são capazes de gerar excedentes são importantíssimos para garantir a segurança alimentar mundial.

REFERÊNCIAS

[1] AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUA – ANA. Atlas Brasil: abastecimento urbano de água: panorama nacional. Disponível em < http://atlas.ana.gov.br/Atlas/forms/.aspx >. o em 08 jan. 2016.

[2] PORTAL BRASIL. Agricultura irrigada impulsiona ganhos de produtividade nas cinco regiões do País. Disponível em < http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2013/04/agricultura-irrigada-impulsiona-ganhos-de-produtividade-nas-cinco-regioes-do-pais >. o em 08 jan. 2016.

[3] UNIÃO DA INDÚSTRIA DE CANA-DE-AÇÚCAR – ÚNICA. Unicadata. Disponível em < http://www.unicadata.com.br/>. o em 08 já. 2016.

[4] ALICEWEB. Consultas: Exportação. Disponível em < http://aliceweb.mdic.gov.br >. o em 08 jan. 2016.

[5] INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Levantamento Sistemático de Produção Agrícola. Disponível em < http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa/lspa_201511_5.shtm>. o em 08 fev. 2016.

[6] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRAS DAS INDÚSTRIAS DE ÓLEOS VEGETAIS – ABIOVE. Estatística. Disponível em < http://www.abiove.org.br/site/index.php?page=estatistica&area=NC0yLTE=>. o em 08 fev. 2016.

[7] ALICEWEB. Consultas: Exportação. Disponível em < http://aliceweb.mdic.gov.br >. o em 08 jan. 2016.

[8] INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Levantamento Sistemático de Produção Agrícola. Disponível em < http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa/lspa_201511_5.shtm>. o em 08 fev. 2016.

[9] Idem.

[10] COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO – CONAB. Perspectivas para as carnes bovina, de frango e suína 2013-2014.Disponível em < http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/s/arquivos/13_09_12_17_43_13_09_carnes.pdf >. o em 08 jan. 2016.

[11] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PROTEÍNA ANIMAL – ABPA. Estatísticas. Disponível em
< http://www.abipecs.org.br/pt/estatisticas.html >. o em 08 jan. 2016.


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EM 18/01/2016

Caros Adelber e Luiz Penido,



Excelentes considerações e informações.



Abraços!
Adelber Vilhena Braga
ADELBER VILHENA BRAGA

CAMPESTRE - MINAS GERAIS

EM 12/01/2016

Bom dia caro Luiz Penido!

        E minha monografia defendida em 2013, intitulada "A Importância Social da Cafeicultura nas Regiões de Montanha de Minas Gerais", tenho algumas informações a respeito do setor cafeeiro.

        Em 2011, o café era produzido em 1768 municípios de 17 estados brasileiros, empregando direta e indiretamente 8,4 milhões de pessoas, 4,4% da população nacional (BRAGA, 2013 apud RONCA, 2012).

        Ainda segundo os mesmos autores, em 2006 havia aproximadamente 340.000 produtores de café, sendo que desse total cerca de 81% eram produtores familiares, responsáveis por 38% da produção brasileira.

        Sabe-se que muitos produtores tem mais de uma propriedade, e cerca de dois a três dependentes.               

        Sabe-se também que no mundo, a cadeia produtiva do café só perde para a do petróleo em número de empregos gerados. Daí a importância social do café para o mundo e especialmente para o Brasil.
Luiz Penido
LUIZ PENIDO

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EM 12/01/2016

Muito pertinente o artigo e do mesmo teor o comentário. O agronegócio é o único ramo da indústria brasileira que obteve crescimento nos últimos anos. Os incentivos do governo são pequenos, porém é a única área na qual a corrupção ainda não foi instituída. Os governantes não ajudam mas também não atrapalham. Sugiro acrescentar aos dados informados os números de produção da agricultura familiar, inclusive contemplando a cultura do café. Com este paralelo ficará realçada a real importância do agronegócio.

Sobre a devolução ao sistema da água usada na irrigação, saliento que ela é devolvida limpa, tanto por evaporação, por escoamento ou infiltração para o lençol freático. Em oposição, a água destinada ao consumo humano e à indústria é devolvida à natureza poluída. Poucas cidades possuem ETE - Estações de Tratamento de Esgoto eficazes.
Adelber Vilhena Braga
ADELBER VILHENA BRAGA

CAMPESTRE - MINAS GERAIS

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Enquanto negarmos nossa vocação agrícola, esse será um país sem futuro. Algumas pessoas desinformadas ou irresponsáveis se esquecem que o setor agropecuário é o único que consegue crescer e gerar empregos nesse contexto de crise e recessão em que vivemos. O agronegócio brasileiro alimenta nosso povo, exporta excedentes, movimenta direta e indiretamente os setores comerciais, industriais e de serviços. Não vivemos dias de bonança, mas, sem o agronegócio o Brasil seria um país medíocre. Quanto à irrigação, é uma tecnologia que existe há milhares de anos, e se torna cada vez mais importante devido ao incremento na produtividade e segurança que proporciona. Os leigos são alheios ao fato de que a irrigação devolve ao sistema quase que a totalidade da água usada. A falta de água se deve ao fato de que a nossa legislação dificulta imensamente a construção de barramentos, e a chuva que cai no interior do nosso país escoa rapidamente para países vizinhos ou para o oceano, causando assoreamento dos rios e inundação das regiões baixas. Se soubermos aproveitar melhor nossos recursos hídricos como fazem os países desenvolvidos certamente poderemos alavancar o agronegócio e fomentar o crescimento do nosso país sem prejuízo à população.