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Boletim Carvalhaes: Mercado de café vive semana volátil com arábica em alta e robusta em queda

Enquanto contratos futuros de arábica acumulam valorização em Nova York, os de robusta recuam em Londres; estoques certificados caem e embarques seguem abaixo do mês anterior, com avanço das vendas da nova safra no mercado físico

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Os contratos de café na ICE Futures US e na ICE Europe oscilaram forte na semana que ou. Os de arábica, em Nova Iorque, acumularam bons ganhos, enquanto os de robusta, em Londres, tiveram perdas significativas, informa o Boletim Carvalhaes.

O boletim informa que a colheita da nova safra brasileira de café avança em bom ritmo em junho. Os primeiros números das duas colheitas confirmam as previsões de agrônomos e cafeicultores – uma safra maior para o conilon, se comparada à de 2024, e, na mesma medida, uma safra menor de arábica. “Mas é cedo para conclusões mais seguras. Em nossa opinião, no mercado cafeeiro, os fundamentos permanecem os mesmos: baixos estoques, clima irregular e equilíbrio precário entre produção e consumo mundial”, diz o relatório semanal do Escritório Carvalhaes. 

Segundo o boletim, a aproximação do período de inverno no hemisfério sul complica o cenário. As exportações globais de café verde caíram 6,8% em abril em relação ao ano anterior – para 10,2 milhões de sacas, registrando a quarta queda mensal no ano cafeeiro mundial de 2024/2025 (outubro a setembro), informou a OIC (Organização Internacional do Café) em seu relatório mensal. 

A agência intergovernamental atribui a queda nas exportações principalmente ao Brasil, e diz que as exportações globais de café verde no acumulado do ano (outubro a abril) caíram 4,3% (fonte Reuters/Notícias Agrícolas).

Assim, o desafio da produção de café nos últimos anos está em acompanhar a crescente demanda global pela bebida, analisa o Boletim Carvalhaes. “Uma estimativa da OIC aponta que, diariamente no mundo, tal consumo representa em torno de 485 mil sacas. Hoje, o maior consumidor é a Europa, que adquiriu o equivalente a 53,7 milhões de sacas na última safra, o que representa 30,35% da demanda total”, diz o boletim. No entanto, a China vem despontando como grande consumidor do café – o consumo chinês cresceu 150% nos últimos dez anos, com a estimativa de 6,3 milhões de sacas negociadas na próxima safra pelo país asiático, muito acima de sua produção nacional, segundo o USDA, o departamento de agricultura dos EUA (fonte: Revista Globo Rural).

O quadro político e econômico internacional permanece com enormes incertezas, levando as bolsas ao redor do mundo a trabalharem com fortes e rápidas oscilações. É impossível prever o que acontecerá nas próximas semanas e meses. “Temos de aguardar o desenvolvimento das negociações entre EUA e China, convivendo com muita volatilidade nos mercados mundiais, em meio às rápidas mudanças de opinião do presidente americano”, analisa o relatório. Na quinta (5), o rompimento entre o presidente americano e seu principal apoiador e aliado, Elon Musk, reforçou a insegurança dos agentes econômicos. Além disso, os desdobramentos da guerra, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, e a situação no Oriente Médio, com as consequências do ataque terrorista do Hamas contra Israel, se agravam a cada dia.

Contratos de arábica

Na ICE Futures US, em Nova York, os contratos de arábica com vencimento em julho oscilaram fortemente ao longo da semana ada, variando 2.010 pontos entre a máxima e a mínima. Chegaram a US$ 3,7640 por libra-peso na máxima do dia, com alta de 1.665 pontos, e fecharam cotados a US$ 3,5805, com perda de 170 pontos. Durante a semana, subiram 1.360 pontos na quinta (5), 530 na quarta (4), caíram 360 pontos na terça (3) e subiram 200 pontos na segunda (2). 

No acumulado da semana, registraram alta de 1.560 pontos. Na semana retrasada, haviam caído 1.855 pontos, e na semana anterior a ela, 465 pontos. Em maio, acumularam queda de 5.830 pontos, enquanto em abril registraram ganho de 2.535 pontos. No acumulado de 2025 até 6 de junho, somam valorização de 4.960 pontos.

Contratos de robusta

Já na ICE Europe, os contratos de robusta com vencimento em julho também apresentaram forte oscilação. Na máxima do dia, atingiram US$ 4.719 por tonelada, com alta de US$ 126, e fecharam o pregão a US$ 4.440, com ganho de US$ 121. Na quinta (5), a alta foi de US$ 121 e na quarta (4), de US$ 37. Na terça (3), recuaram US$ 41 e na segunda (2), US$ 34. O saldo semanal foi negativo em US$ 70. 

Na semana retrasada, haviam recuado US$ 280. Em maio, a queda também foi de US$ 280, enquanto abril registrou leve alta de US$ 71. No acumulado de 2025 até 6 de junho, os contratos de robusta caem US$ 287 por tonelada.

Estoques certificados

Os estoques certificados de café na ICE Futures US caíram 5.815 sacas em 6 de junho, totalizando 820.669 sacas. Há um ano, esse volume era de 798.683 sacas – o que representa uma alta de 21.986 sacas no período. Na semana que ou, a queda foi de 67.721 sacas, após alta de 1.800 sacas na semana retrasada e de 35.421 sacas na semana anterior a ela. Em maio, os estoques certificados subiram 74.722 sacas; em abril, 43.192; enquanto março registrou queda de 35.112, fevereiro de 61.994 e janeiro, de 112.385 sacas. No acumulado de 2025, a queda é de 159.298 sacas.

Contratos futuros em R$

Com o dólar encerrando a sexta (6) a R$ 5,5690, em queda de 0,70%, os contratos de arábica com vencimento em julho fecharam cotados a R$ 2.637,64 por saca. Na sexta-feira anterior, estavam em R$ 2.591,12, e na semana anterior a essa, em R$ 2.696,62.

Mercado físico

No mercado físico brasileiro, os negócios permaneceram calmos ao longo da semana, mas o volume de vendas da nova safra 2025/2026 aumentou gradualmente. Há interesse comprador para todos os padrões de café. A colheita do arábica avança em bom ritmo, com vendas iniciais de pequenos lotes. No caso do conilon, os negócios estão mais adiantados e o volume negociado é maior. Restam poucos lotes de arábica da safra 2024/2025 nas mãos dos produtores, e quem ainda os possui se recusa a vender pelos preços atuais oferecidos pelo mercado.

Embarques

Até sexta (6), os embarques de maio somavam 2.399.304 sacas dearábica, 202.686 sacas de conilon e 356.171 sacas de café solúvel, totalizando 2.958.161 sacas, frente a 3.092.802 sacas no mesmo período de abril. No mesmo corte, os embarques de junho estavam em 278.434 sacas de arábica, 23.163 sacas de conilon e 22.237 sacas de solúvel, totalizando 323.834 sacas, contra 346.741 sacas no mesmo dia de maio.

Certificados de origem

Em relação aos pedidos de emissão de certificados de origem para exportação, até sexta (6) haviam sido solicitados certificados para 557.441 sacas, frente a 549.317 no mesmo dia do mês anterior. Em maio, até dia 6, os pedidos totalizavam 2.964.585 sacas, contra 3.291.989 sacas no mês anterior.

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Boletim Carvalhaes: Mercado de café vive semana volátil com arábica em alta e robusta em queda

Enquanto contratos futuros de arábica acumulam valorização em Nova York, os de robusta recuam em Londres; estoques certificados caem e embarques seguem abaixo do mês anterior, com avanço das vendas da nova safra no mercado físico

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Os contratos de café na ICE Futures US e na ICE Europe oscilaram forte na semana que ou. Os de arábica, em Nova Iorque, acumularam bons ganhos, enquanto os de robusta, em Londres, tiveram perdas significativas, informa o Boletim Carvalhaes.

O boletim informa que a colheita da nova safra brasileira de café avança em bom ritmo em junho. Os primeiros números das duas colheitas confirmam as previsões de agrônomos e cafeicultores – uma safra maior para o conilon, se comparada à de 2024, e, na mesma medida, uma safra menor de arábica. “Mas é cedo para conclusões mais seguras. Em nossa opinião, no mercado cafeeiro, os fundamentos permanecem os mesmos: baixos estoques, clima irregular e equilíbrio precário entre produção e consumo mundial”, diz o relatório semanal do Escritório Carvalhaes. 

Segundo o boletim, a aproximação do período de inverno no hemisfério sul complica o cenário. As exportações globais de café verde caíram 6,8% em abril em relação ao ano anterior – para 10,2 milhões de sacas, registrando a quarta queda mensal no ano cafeeiro mundial de 2024/2025 (outubro a setembro), informou a OIC (Organização Internacional do Café) em seu relatório mensal. 

A agência intergovernamental atribui a queda nas exportações principalmente ao Brasil, e diz que as exportações globais de café verde no acumulado do ano (outubro a abril) caíram 4,3% (fonte Reuters/Notícias Agrícolas).

Assim, o desafio da produção de café nos últimos anos está em acompanhar a crescente demanda global pela bebida, analisa o Boletim Carvalhaes. “Uma estimativa da OIC aponta que, diariamente no mundo, tal consumo representa em torno de 485 mil sacas. Hoje, o maior consumidor é a Europa, que adquiriu o equivalente a 53,7 milhões de sacas na última safra, o que representa 30,35% da demanda total”, diz o boletim. No entanto, a China vem despontando como grande consumidor do café – o consumo chinês cresceu 150% nos últimos dez anos, com a estimativa de 6,3 milhões de sacas negociadas na próxima safra pelo país asiático, muito acima de sua produção nacional, segundo o USDA, o departamento de agricultura dos EUA (fonte: Revista Globo Rural).

O quadro político e econômico internacional permanece com enormes incertezas, levando as bolsas ao redor do mundo a trabalharem com fortes e rápidas oscilações. É impossível prever o que acontecerá nas próximas semanas e meses. “Temos de aguardar o desenvolvimento das negociações entre EUA e China, convivendo com muita volatilidade nos mercados mundiais, em meio às rápidas mudanças de opinião do presidente americano”, analisa o relatório. Na quinta (5), o rompimento entre o presidente americano e seu principal apoiador e aliado, Elon Musk, reforçou a insegurança dos agentes econômicos. Além disso, os desdobramentos da guerra, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, e a situação no Oriente Médio, com as consequências do ataque terrorista do Hamas contra Israel, se agravam a cada dia.

Contratos de arábica

Na ICE Futures US, em Nova York, os contratos de arábica com vencimento em julho oscilaram fortemente ao longo da semana ada, variando 2.010 pontos entre a máxima e a mínima. Chegaram a US$ 3,7640 por libra-peso na máxima do dia, com alta de 1.665 pontos, e fecharam cotados a US$ 3,5805, com perda de 170 pontos. Durante a semana, subiram 1.360 pontos na quinta (5), 530 na quarta (4), caíram 360 pontos na terça (3) e subiram 200 pontos na segunda (2). 

No acumulado da semana, registraram alta de 1.560 pontos. Na semana retrasada, haviam caído 1.855 pontos, e na semana anterior a ela, 465 pontos. Em maio, acumularam queda de 5.830 pontos, enquanto em abril registraram ganho de 2.535 pontos. No acumulado de 2025 até 6 de junho, somam valorização de 4.960 pontos.

Contratos de robusta

Já na ICE Europe, os contratos de robusta com vencimento em julho também apresentaram forte oscilação. Na máxima do dia, atingiram US$ 4.719 por tonelada, com alta de US$ 126, e fecharam o pregão a US$ 4.440, com ganho de US$ 121. Na quinta (5), a alta foi de US$ 121 e na quarta (4), de US$ 37. Na terça (3), recuaram US$ 41 e na segunda (2), US$ 34. O saldo semanal foi negativo em US$ 70. 

Na semana retrasada, haviam recuado US$ 280. Em maio, a queda também foi de US$ 280, enquanto abril registrou leve alta de US$ 71. No acumulado de 2025 até 6 de junho, os contratos de robusta caem US$ 287 por tonelada.

Estoques certificados

Os estoques certificados de café na ICE Futures US caíram 5.815 sacas em 6 de junho, totalizando 820.669 sacas. Há um ano, esse volume era de 798.683 sacas – o que representa uma alta de 21.986 sacas no período. Na semana que ou, a queda foi de 67.721 sacas, após alta de 1.800 sacas na semana retrasada e de 35.421 sacas na semana anterior a ela. Em maio, os estoques certificados subiram 74.722 sacas; em abril, 43.192; enquanto março registrou queda de 35.112, fevereiro de 61.994 e janeiro, de 112.385 sacas. No acumulado de 2025, a queda é de 159.298 sacas.

Contratos futuros em R$

Com o dólar encerrando a sexta (6) a R$ 5,5690, em queda de 0,70%, os contratos de arábica com vencimento em julho fecharam cotados a R$ 2.637,64 por saca. Na sexta-feira anterior, estavam em R$ 2.591,12, e na semana anterior a essa, em R$ 2.696,62.

Mercado físico

No mercado físico brasileiro, os negócios permaneceram calmos ao longo da semana, mas o volume de vendas da nova safra 2025/2026 aumentou gradualmente. Há interesse comprador para todos os padrões de café. A colheita do arábica avança em bom ritmo, com vendas iniciais de pequenos lotes. No caso do conilon, os negócios estão mais adiantados e o volume negociado é maior. Restam poucos lotes de arábica da safra 2024/2025 nas mãos dos produtores, e quem ainda os possui se recusa a vender pelos preços atuais oferecidos pelo mercado.

Embarques

Até sexta (6), os embarques de maio somavam 2.399.304 sacas dearábica, 202.686 sacas de conilon e 356.171 sacas de café solúvel, totalizando 2.958.161 sacas, frente a 3.092.802 sacas no mesmo período de abril. No mesmo corte, os embarques de junho estavam em 278.434 sacas de arábica, 23.163 sacas de conilon e 22.237 sacas de solúvel, totalizando 323.834 sacas, contra 346.741 sacas no mesmo dia de maio.

Certificados de origem

Em relação aos pedidos de emissão de certificados de origem para exportação, até sexta (6) haviam sido solicitados certificados para 557.441 sacas, frente a 549.317 no mesmo dia do mês anterior. Em maio, até dia 6, os pedidos totalizavam 2.964.585 sacas, contra 3.291.989 sacas no mês anterior.

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